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2015-05-04


Pedro Álvares Cabral traz Nossa Senhora da Esperança


Ana Lúcia Vasconcelos


Pedro Álvares Cabral traz Nossa Senhora da Esperança

Capitulo 19

 

     E finalmente estamos em 1500, data da descoberta do Brasil, e é preciso lembrar, não exatamente uma aparição da Virgem neste ano, mas a chegada de Nossa Senhora da Esperança, padroeira de Belmonte, trazida por Pedro Álvares Cabral na sua nave. Vejamos o que diz sobre isso o Cardeal Dom Agnelo Rossi no seu livro Salve Rainha da América (Associação Maria Porta do Céu, Caixa Postal 5524, Campinas, SP), sobre o Brasil já ter nascido sob a égide de Maria Santíssima, país que mais tarde escolherá Nossa Senhora Aparecida para sua padroeira e onde ela apareceu e aparece nos mais variados lugares e sob os mais diversos títulos, promovendo prodígios e milagres especialmente de conversão a Deus, ao longo desses 500 anos de existência. “Quero saudar-vos com o afeto do povo brasileiro, que a 500 anos de sua história recebe vosso amparo maternal. Vós Senhora da Esperança, padroeira de Belmonte, terra natal do descobridor Pedro Álvares Cabral, o acompanhastes ‘por mares nunca antes navegados ’ até o Novo Mundo para avistar o Monte Pascoal e chegar com suas caravelas, às praias de Porto Seguro, na Bahia. Vois sois sem dúvida a autora da nova evangelização, trazendo-nos os nossos primeiros missionários. Processionalmente baixastes à  terra virgem, em meio de preces e cânticos para assistir, como mãe amorosa, o batismo da Terra de Santa Cruz, na santa Missa de Frei Henrique de Coimbra. Era um espetáculo inédito e inesperado para os indígenas que, curiosos contemplavam aqueles navegantes, chegados em enormes embarcações, homens tranquilos e alegres, cantando ... e não resistiram: entraram também eles no cenário, dançando e cantando... já numa maravilhosa confraternização, que foi graça e predição de Deus e benção da Mãe Celestial. Que outro povo recebeu tão estupenda graça? Seria ingratidão, principalmente agora que estamos comemorando o Quinto Centenário da descoberta e evangelização do Brasil, não reconhecer nossa dívida para com Nossa Senhora da Esperança.”

http://www.fnse.pt/news/site-da-fundacao-nossa-senhora-da-esperanca/281

 

 

 

A Cruz de Cristo:

marco de posse

 

 

      O cardeal dom Agnelo Rossi lembra que a Cruz de Cristo se encontra presente na descoberta da América como marco de posse e empenho de evangelização sendo logo “acolhida num grandioso templo que é a Catedral de Santo Domingo. “A cruz é sinal do cristão e o instrumento do evangelizador missionário. Era natural, portanto que o descobridor cristão plantasse imediatamente a cruz, como sinal de posse da terra e da proclamação do Evangelho de Cristo. E assim sucedeu em diversos países da nossa América e nós brasileiros, fomos até denominados filhos da Terra de Santa Cruz.” Ele lembra ainda que na Catedral de Santo Domingo, a primeira construída na América se venera a grande Cruz da Evangelização, que em 1514 foi benta e erigida por dom Alexandre Geraldini, primeiro bispo que chegou aquela região, que corresponde à República Dominicana e Haiti.  O cardeal Rossi anota que este ato simbólico significaria que a cruz de Cristo está presente na América, abençoando os povos desde o início de sua evangelização. “Pregado na cruz, no alto do Calvário, Jesus Cristo nos legou Maria Santíssima como nossa mãe. Éramos os degredados filhos de Eva, gemendo e chorando neste vale de lágrimas e nos aproximamos de vós, advogada nossa suplicando que nos envolva em vossos olhos misericordiosos.” E é o que se vê em Santo Domingo: junto com a Cruz Evangelizadora se pode contemplar a piedosa imagem que teria vindo com Cristóvão Colombo que a tradição chama de Nossa Senhora da Antígua.

 

A presença de Maria

nos primórdios e agora

 

      Ele continua recordando que no Quinto Centenário da descoberta e evangelização da América o primeiro a sair em campo para agradecer publicamente ao Senhor e apresentar o papel saliente de Nossa Senhora na primeira e na nova evangelização foi o Santo Padre o Papa João Paulo II, que exaltou os aspectos positivos do grandioso acontecimento histórico, sem, no entanto renegar as naturais deficiências humanas. Ele anota que essa atitude corajosa e justa, se opunha ao alarido ingrato dos que só vêm erros graves e tragédias, que infelizmente não eram historiadores, mas os inimigos da igreja, liberacionistas exacerbados, que repetindo a fúria de Caim se empenharam em denegrir a imagem da igreja. “Não haveria por certo o terrível fratricídio”, ele diz, ”se esse filho ingrato tivesse lembrado sua mãe e a ela recorrido. Na nossa família cristã, temos um irmão escolhido pelo próprio Cristo, para apresentar seu rebanho, inflamado de amor pela Virgem, da qual se confessa depender inteiramente” - Tottus Tuum, e esse irmão nosso, o Papa, nos indica Maria Santíssima, presente ativamente nos diversos recantos da América, como fruto já da primeira evangelização”.

    Segundo o cardeal Rossi, o Papa que esteve pessoalmente na Assembleia de Santo Domingo e insistiu não apenas na nova evangelização, mas igualmente na nova, sobre a qual, ele anota se poderiam escrever muitos livros. Os povos da América são diferentes, o mesmo podendo se dizer das raças indígenas. No entanto o que vê ele conclui é a religião católica como vínculo maior de união entre esses povos e raças-religião firmada na fé a Cristo e no amor filial a Nossa Senhora. Prova disso são os inúmeros santuários, para onde acorrem a cada ano milhões de peregrinos, e que são lugar privilegiado de evangelização e onde as pessoas vão buscar conforto, alento, coragem para não sucumbirem aos terríveis problemas que assolam essa sofrida América Latina, vítima da cobiça, de povos irmãos. Mas Maria a Mãe de Todos os Povos, não descuida dos seus filhos.