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2014-12-15


Algumas aparições da Virgem nos séculos III ao X


Ana Lúcia Vasconcelos


 Algumas aparições da Virgem nos  séculos III ao X

 

 

Capitulo 11

 

 

        Segundo Gregório de Nissa, a Virgem Maria apareceu a São Gregório, o Taumaturgo no ano de 231 para esclarecer dúvidas a respeito de verdades da doutrina católica que estavam, provocando sérias controvérsias na Igreja da época, conforme leio no livro do padre Ernesto Roman. Já no ano de 325, Nossa Senhora aparece duas vezes a Nicolau, bispo de Mira, na Turquia quando o anima a cumprir sua missão. Graças a esta aparição, Nicolau vai sustentar com firmeza, no Concilio de Nicéia, a divindade de Jesus Cristo, e segundo consta, vai batalhar por esta causa até o fim de sua vida.

     No ano de 363, a Virgem Maria vai se revelar novamente aos mortais: consta que neste ano, em Roma, um casal rico, sem filhos resolve doar tudo que possuía a Ela. Eis que, na noite de 4 para 5 de agosto, Maria Santíssima apareceu a eles em sonho, e na mesma ocasião ao papa Libério, pedindo-lhes que se construíssem uma igreja no Esquilino, exatamente no local em que, no dia seguinte, eles encontrassem neve. Acontece que no dia 5 de agosto, em pleno verão, a neve caiu no local indicado previamente pela Virgem e neste lugar eles providenciaram a construção de uma igreja em honra da Virgem Maria hoje chamada de Santa Maria Maior. Foi desta aparição que surgiu o culto a Nossa Senhora das Neves, cuja festa é celebrada em 5 de agosto.

http://www.derradeirasgracas.com/4.%20Apari%C3%A7%C3%B5es%20de%20N%20Senhora/Nossa%20Senhora%20das%20Neves..htm

 

 

 

A Virgem aparece a São Basílio,

a um soldado e a um menino judeu

 

     Corria o ano de 363 e o Imperador Juliano, chamado o Apóstata, decidira destruir a igreja onde são Basílio era bispo, e isso ele faria, quando voltasse da guerra contra os persas. É quando Nossa Senhora aparece ao santo para dizer-lhe que não temesse nada já que Ela iria protegê-lo. De fato Juliano não consegue realizar “sua promessa”, já que morre na guerra. Quase cem anos depois deste fato, no ano de 455, em Constantinopla na Turquia, a Virgem volta a aparecer, desta vez a um soldado, que passeava certo dia conduzindo um cego, quando ouve uma voz vinda do alto.

     Olha e vê a Virgem Maria que lhe prediz que ele se tornaria imperador e o cego recuperaria a visão. A Virgem pede ainda que ele construísse uma igreja no local, em sua honra. Como fora predito, o soldado tornou-se imperador com o nome de Leão I (457-474) e o cego recuperou a visão, e uma grande igreja foi construída no lugar da aparição. Cerca de cem anos depois, no ano de 552, ainda em Constantinopla, Nossa Senhora apareceu a um menino judeu que sofria maus tratos do pai. A Virgem salva o garoto do domínio do pai cruel e ele e sua mãe se convertem ao catolicismo.

 

 

A Virgem aparece para

auxiliar os soldados cristãos

 

      Estamos agora no ano de 626 e os turcos de Constantinopla estão sendo duramente assediados pelos persas. É quando o patriarca Sérgio convoca os sitiados para pedir ajuda da Virgem Maria. Ora, no 11o. dia do assédio, os soldados viram uma bela senhora acompanhada de duas aias saírem de uma igreja e irem em direção do campo dos persas.Quem viu a cena julgou tratar-se da imperatriz, indo talvez levar alguma mensagem ao chefe das forças inimigas. Acontece que a imperatriz continuava dentro da cidade e aquela senhora nunca mais foi vista. No entanto logo depois da sua entrada no campo inimigo, uma grande confusão ocorreu no meio dos persas obrigando-os a interromper o ataque. Os cristãos turcos atribuíram a intervenção milagrosa de Nossa Senhora que atendeu aos pedidos do povo. A partir deste fato, um novo nome foi incorporado aos vários já atribuídos à Virgem: Nossa Senhora Auxiliadora.

     Dez anos depois deste acontecimento, em 636, em Boulogne na França, certo dia, as pessoas vêm um barco vazio, sem leme, chegar à praia. Dentro do barco havia apenas uma imagem da Virgem Maria e o menino Jesus. Curiosos chegam junto ao barco e Nossa Senhora então aparece para lhes dizer que escolhera aquela cidade para aí derramar muitas graças. O povo construiu uma igreja, e milhares de fiéis para lá se dirigiram em peregrinação, diante da imagem milagrosa, até que na Revolução Francesa ela foi destruída, restando dela, apenas uma mão que ainda hoje é conservada naquela cidade francesa. Em 1886, nova igreja foi construída no local, e uma cópia da primitiva imagem foi colocada no altar sendo até hoje venerada com o nome de Estrela do Mar.

 

A Virgem atende

às súplicas de uma mãe

 

       A futura mãe de Santo Estevão queria muito um filho e resolve pedir esta graça à Santa Virgem. Um dia, no ano de 714, em Constantinopla, onde ela e o marido residiam, Nossa Senhora lhe aparece e diz: “Teu sofrimento terminou, a tua oração será atendida”. No mesmo ano ela teve um filho a quem pôs o nome de Estevão e o consagrou a Deus. Estevão se tornou sacerdote e grande defensor da fé cristã, sobressaindo-se especialmente na defesa das imagens contra o Imperador Constantino V, o Iconoclasta. Foi martirizado em 764. Dezenas de anos depois, em 815, na cidade de Corbie na França, Nossa Senhora aparece ao jovem Anscário que depois se tornaria santo, pedindo que ele colocasse sua vida a serviço de Deus. O jovem fez o que a Virgem lhe pedira, dedicando-se ao apostolado de corpo e alma, principalmente entre os povos escandinavos. Evangelizou a Suécia e a Dinamarca, tornando-se conhecido como o Apóstolo do Norte. O papa Gregório IV o nomeou seu legado para toda a Escandinávia, sendo que durante toda a sua vida, ele foi muito devoto de Nossa Senhora: rezava muito se sobressaindo na prática da caridade. Fiel até à morte à promessa feita à Virgem, Anscário morreu em 865.

 

 

Nossa Senhora pede para ser

venerada como a Imaculada Conceição

 

     Mais uma vez Nossa Senhora aparece na França: na cidade de Toulouse no ano de 836, Ela se revela várias vezes ao sacerdote Gondisalve, sendo que numa dessas aparições ela pede que se divulgasse o título de Imaculada Conceição e que se instituísse uma festa para celebrá-lo. Consta que o sacerdote francês durante toda a sua vida dedicou-se a praticar o que a Santa Virgem lhe pedira, e o Padre Ernesto Roman conclui dizendo que “mais de mil anos antes da proclamação do dogma da Imaculada Conceição, Nossa Senhora quis ser venerada sob este título”.

    No ano de 958, Maria aparece novamente aos mortais, desta vez em Hertford, Alemanha. Mas vejamos a história. Relatam os pesquisadores, que um pobre que passava diante de um mosteiro, quando escuta alguém dizer seu nome: é a Virgem Maria que o encarrega de levar ao mosteiro uma mensagem de conversão e penitência. E para provar a veracidade de sua aparição ela prometeu fazer aparecer uma pomba branca em cima da cruz que ele deveria erguer em frente ao referido mosteiro. Isso de fato ocorreu, fazendo com que as monjas acreditassem na aparição de Nossa Senhora. No lugar dessa aparição, em 1011, o bispo Paderborn mandou construir uma igreja, que desde então se tornou centro de peregrinação, onde se venera a Virgem Maria sob o título Nossa Senhora da Cruz.

http://www.mariamaedaigreja.net/textos/Nossa%20Senhora%20da%20Cruz%20%28958%29%20Herford%20Alemanha.pdf

 

 

A Mãe de Deus está

sempre por perto

 

        Quarenta anos depois, em 980, a Santa Virgem volta a se revelar a seus filhos, desta vez na Inglaterra, a São Dunstano, arcebispo de Canterbury, na Inglaterra. Consta que São Dunstano estava se dirigindo à catedral para rezar, quando Nossa Senhora lhe apareceu acompanhada de anjos e santos, cantando hinos de louvor. A aparição consistiu apenas disso: a Virgem acompanhou o bispo até a catedral e depois desapareceu.   Como narra o padre Ernesto Roman, o santo arcebispo de Canterbury trabalhou muito para a reforma da Igreja da Inglaterra, na renovação da vida dos conventos que àquela altura estavam decadentes. “Todos os que trabalham para o bem da Igreja”, conclui o padre Roman, “são acompanhados pela Mãe de Deus ainda que de modo invisível”.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Dunstan

 

   No ano seguinte, portanto em 981, a história das aparições nos lembra de outra manifestação da Virgem ocorre desta vez através de um ícone-imagem pintada da Theotókos (Mãe de Deus em grego) de forma inspirada o que significa que não é simplesmente uma figura pintada ao sabor da inspiração do artista. Um ícone é uma imagem pintada sob a inspiração do Espírito Santo que além de transmitir ao espectador uma mensagem, o introduz a uma presença, através de cuja contemplação a ela se chega. Quem explica isso é o Philipe Madre autor do livrinho O Ícone de Maria Porta do Céu, editado pela Associação Maria Porta do Céu, Caixa Postal 5524, Campinas, 1997.