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2015-09-08


Discernindo as aparições de Dozulé


Ana Lúcia Vasconcelos


  Discernindo as  aparições  de Dozulé

Capitulo 20

  

 

    Jean Stiegler alerta para a necessidade de se proceder com discernimento escrupuloso antes de se acreditar na origem divina de uma mensagem, já que nossa alma não tem preço e as armadilhas do inimigo de Deus estão muitas vezes invisíveis para a maioria das pessoas.  O desequilibro psíquico, a piedade aparente, a autopromoção social ou espiritual, as pulsões profundas inconscientes e mesmo a existência do maligno, podem ser ocasiões de múltiplos enganos sob aparências de bem. O espírito do mal usa muitas vezes pessoas desequilibradas para suscitar todo o tipo de falsas aparições a fim de desacreditar as que são autênticas: quando alguém foi enganado uma vez fica com tal desgosto que pode como reação extrema rejeitar daí para a frente qualquer outro fenômeno místico. “A fé é abalada e só muita oração pode reverter à situação.”

      Ele lembra que só em Lourdes (França) depois das aparições da Virgem à Maria Bernadete Soubirous, houve pelo menos cinqüenta falsas aparições e recorda ainda que o evangelista Mateus já falava sobre o perigo de falsas aparições: “Eis o Cristo está aqui”. Ou ainda: ‘ Ele está lá’, “não creais”. Hão de surgir, com efeito, falsos profetas que produzirão grandes sinais e prodígios de modo a enganar, se fosse possível, até mesmo os eleitos. Eis que vos tenho prevenido.” (Mt 24,23-24) . Daí que é preciso discernimento minucioso dos acontecimentos.

     Jean Stiegler diz que em relação à Dozulé, as dúvidas quanto à autenticidade das aparições não são permitidas já que elas ocorreram na igreja, na capela com o Santíssimo exposto e na presença constante de religiosas nomeadas pelo bispo de Bayeux- Lisieux. O padre L’Horset e as religiosas da Escola São José seguiram os eventos durante dez anos, segundo orientação da Cúria. Como em outros casos aceitos oficialmente pela Igreja, a pessoa escolhida para receber as palavras celestes é muito humilde e recebeu as mensagens com simplicidade, em parte num idioma desconhecido-o  latim. E ainda: aplicou-se em repetir em alta voz o que Jesus lhe ditava durante as aparições, na presença das religiosas e do pároco da paróquia.

    Os relatórios foram dados ao Bispo e as mensagens são feitas de palavras de amor do Criador para com o mundo: é mensagem universal e inscreve-se na tradição bíblica e no ensinamento que Deus dispensa ao seu povo. É um ato de amor do Criador para sua criatura. Na história santa, ele lembra o Criador muitas vezes elegeu a pessoa mais humilde para confundir a sabedoria dos grandes, e para falar ao seu povo.

     Por esta mensagem Deus quer fazer aliança com seu povo para prepará-lo para o novo mundo. Como o fez em outras ocasiões, em Dozulé, o Criador pede ao seu povo um ato de fé: a construção de uma imensa cruz, tecnicamente realizável pelos homens desse tempo, para ser um sinal visível. E também, o sinal se inscreve na tradição bíblica. E mais, a prova, aliás, definitiva: “Reconhece-se a árvore pelos seus frutos”: e os frutos de Dozulé , ele diz, são os numerosos peregrinos que tem ido com fé àquele vilarejo francês e que atestam, sejam em conversões, ou curas recebidas para eles ou suas famílias através de inumeráveis os testemunhos. Mas para que se tenha certeza da autenticidade da mensagem de Jesus à Madalena Aumont em Dozulé, ele analisa ponto por ponto todo o caminho percorrido pela vidente junto às autoridades eclesiásticas, desde o inicio até o fim das aparições.

 

Seguindo as instruções

 

       Desde o inicio dos eventos, Madalena seguiu com rigor as instruções do seu confessor padre l’Horset, do seu bispo Dom Badré assim como do novo bispo Dom Pican, nomeado em 1988: eles exigiam que suas ordens fossem seguidas com prioridade antes das de Cristo. E Madalena seguiu. Na sexta aparição Jesus pediu para Madalena rezar com três pessoas: na divisa do território de Dozulé, portanto, segundo quem conhece a região, sobre a Alta Colina diante de todo o mundo. O padre concordou em rezar na capela. Quando Cristo pediu à Madalena para ir testemunhar diante do bispo, o padre se opôs alegando que antes era preciso marcar uma audiênca e que era preciso obedecer.

       O Senhor havia pedido que esse encontro com o bispo ocorresse durante a Semana do Sagrado Coração, o tempo da misericórdia, e que ele abriria o coração do bispo incrédulo para que aceitasse as mensagens. O padre L’Horset a impediu de se encontrar com o bispo na semana indicada e só permitiu sua ida três meses mais tarde e então graça havia passado.

     Quando Jesus pediu à Madalena para anunciar sua volta iminente na glória e também a urgência da conversão para a salvação dos homens, o padre se opôs, para respeitar, segundo ele, o segredo exigido pelos bispos. Ela obedeceu e calou-se. Não procurou fazer um jogo, apenas transmitiu à Igreja às palavras de Cristo. Mas confessou: “Para agradar aos homens, desobedeci a Deus, acho que Deus me censura.” Madalena aguardou o acordo escrito da Igreja para falar para seu marido sobre as aparições que já ocorriam há anos na capela.

    Em 1978, o novo pároco de Dozulé, o padre Queudeville que era hostil à aparição (pelo menos até 1995, data em que o livro foi publicado) pediu que Madalena se tornasse catequista da paróquia-ela ficou no cargo até 1990 o que prova que ela era considerada muito sadia para que lhe fosse confiado o posto de responsabilidade em relação aos jovens e crianças. Hoje, segundo Jean Stiegler, Madalena permanece em silêncio: jamais renegou as palavras de Cristo, mas não procura convencer ninguém, deixando as pessoas livres para aceitar ou não as mensagens de Jesus em Dozulé.

 

 Pecado contra o

 Espírito Santo

 

    A quem Madalena devia obedecer, pergunta o autor de Os Segredos de Dozulé? A Cristo, que pediu que ela falasse aos homens de sua volta iminente, da necessidade de conversão, ou ao bispo? Jean Stiegler diz que, como leiga, Madalena tem liberdade de ação total. Mas não obstante ela obedeceu à hierarquia eclesiástica como se fosse religiosa. No entanto Cristo pediu três vezes que ela obedecesse informando à população de Dozulé pessoalmente. Mas ela se submeteu às ordens do padre que se calou conforme a vontade do bispo sobre o qual repousa toda a responsabilidade do silencio de Madalena. Para os verdadeiros católicos, é impossível hesitar depois de ter verificado que 1. a mensagem de Dozulé vem do Santíssimo Sacramento e então, do Deus vivo e presente; 2. nem Madalena nem pessoa alguma presente podem ser os autores das palavras que estão nos relatórios. E aí temos: o pecado contra o Espírito Santo ( é o que diz a Sagrada Escritura) é o único pecado que não é perdoado (Mt 12,31; Mc 3,28-30). “O pecado contra o Espírito Santo consiste em impedir a misericórdia divina de salvar os homens opondo-se ao plano de Deus”. E como lembra Jean Stiegler: o bispo disse pessoalmente à Madalena: “Não fazei nada, ficai calada, tomo tudo sob minha responsabilidade”.

     Isso de certo modo desobrigou a vidente de sua missão e de sua responsabilidade. Note-se que Cristo pediu à Madalena que lhe obedecesse em primeiro lugar e antes de tudo. Ele a manda com muita delicadeza ao encontro dos homens, transmitir sua vontade até o ano de 1975. Vejamos: “Teríeis a bondade de dizer à Cúria... dizei à Igreja... dizei ao padre... dizei à religiosa... dizei às nações... Ide dizer a cada um dessa cidade...” No Natal de 1975 o seu tom muda. Não mais pedirá para Madalena dizer à igreja: “A recusa da obediência durante dois anos colocou o plano da misericórdia em cheque”, diz Jean Stiegler. Ele dirá: “Deus falou aos homens. Ouçam sua voz. Por causa da sua falta de fé, o mundo inteiro conhecerá grandes catástrofes que arrasarão os quatro cantos da Terra. O que viveis neste momento é apenas o começo das dores. A humanidade não encontrará a paz enquanto não conhecer a minha mensagem e  não colocá-la em prática.”

    Cristo não pede que Madalena deixe de obedecer à Igreja, mas no fim ele diz: “Eu vos digo, obedecei ao vosso superior. Somente ele está encarregado nesta terra de fazer a vontade do Pai, mas infeliz do mundo em perigo, porque ele demorou. “Ora, lembra Jean Stiegler, Cristo é a cabeça da Igreja. Ele é a Igreja pura e santa. Cristo fundou a Igreja militante sobre Pedro e a Igreja militante-os homens, não é a Igreja triunfante, formada por Cristo e a Corte celeste.”

 

Luz para o mundo inteiro

 

      Passados quarenta anos  quais são as provas da existência dessas palavras? Jean Stiegler lembra que os processos relatando as palavras repetidas por Madalena foram foto- copiadas e o original está na Cúria de Bayeux, bem esquecidas no fundo de uma gaveta. E Jesus já dizia em mensagem de 4- 7 – 75, na 33a. aparição:  “Minha mensagem não deve dormir na sombra de uma gaveta, mas deve ser verdade e luz para o mundo inteiro.”

    E esses relatórios são o testemunho autêntico, estabelecido por ordem do bispo, do conteúdo integral da mensagem. E Dozulé é o único lugar no mundo, desde dois mil anos, onde a própria Igreja recolheu uma mensagem de Cristo durante dez anos, no lugar mais sagrado para os fiéis: o Santíssimo Sacramento, o Verdadeiro Corpo de Cristo. É um evento sem precedentes na história da cristandade.”

     De qualquer forma a Providencia Divina não deixou que os acontecimentos de Dozulé ficassem completamente na sombra. O bispo dom Badré convencido, pelo menos em parte da autenticidade das aparições, autorizou a irmã Joana D’Arc e sua superiora geral levar a Roma a carta destinada ao papa.  Paulo VI, ditada na presença deles, na 33 a. aparição. Mas diante da gravidade da mensagem ele voltou atrás e cancelou a viagem.

    No entanto talvez tenha falado ao escritor e acadêmico Jean Guitton em 1976 que por sua vez lembrou de outro amigo o engenheiro politécnico Geraldo Cordonnier, expert em fenômenos místicos. Cordonnier freqüentou durante nove meses a casa paroquial de Dozulé e no final de sua pesquisa declarou as autoridades: “Dozulé não é uma mensagem destinada à diocese de Bayeux, nem a Igreja da França nem à única Igreja católica, mas a toda a humanidade, ao mundo inteiro”. Não tendes direito de guardar secretas estas palavras gravíssimas.” O bispo lhe retirou o dossier e pediu que não falasse dele para ninguém. Cordonnier morreu num acidente de carro alguns dias depois voltando de Lourdes. Dizem que ao deixar Dozulé, teria revelado: “Estou triste até a morte...” Acontece que - novamente a Providencia Divina - Gerald havia feito cópias do documento e a fez circular entre amigos antes da sua morte acidental. Foi assim que as aparições de Jesus em Dozulé foram divulgadas a partir de 1977. Aparições onde ele falava da: Grande Tribulação, do aparecimento da Cruz Gloriosa no céu, da Nova Evangelização, da Consolação do Mundo, do Plano de Misericórdia de Deus, da Grande Seca Mundial, da Vinda do Anti Cristo, da Volta de Cristo na Glória, do Julgamento das Nações, do Novo Mundo, da Nova Terra, da Báscula dos pólos, da Nova Jerusalém. E a Grande Cruz será construída? E as  aparições de

Dozulé terminaram?  Jesus responde em 6 de outubro de 1978: “Quando esta Cruz for elevada da terra, ali me vereis de novo, pois naquele momento desvendarei as Igrejas os mistérios que estão inscritos no Livro da Vida que acaba de ser aberto”.

 

 

Leia mais sobre:

 

http://www.conchiglia.us/PORTUGAL/PT_dozule/PT_dozule.htm

 

As cruzes de amor em varias partes do mundo

 

http://www.conchiglia.us/ESPANYA/ES_dozule/ES_croci.htm

 

 

http://www.rainhamaria.com.br/Pagina/2722/Esclarecimentos-do-Pe-Leo-Persch-A-Vinda-Gloriosa-de-Jesus-Parusia-capitulo-2