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2014-10-24


Igreja não revela a tempo os segredos de Fátima


Ana Lúcia Vasconcelos


Igreja não revela a tempo os segredos de Fátima

 

Capítulo 3

 

E aqui, é preciso esclarecer, para os que não têm familiaridade com o tema, que a Igreja sempre manteve grande prudência no estudo das aparições: em geral submetem os videntes a testes, até mesmo provações, numa tentativa de não errar e dar como verdadeira uma coisa falsa, um embuste, uma farsa. Diga-se, aliás, que este cuidado é extremamente louvável, saudável, já que nesse terreno da mística, há o perigo de se confundir revelações divinas com psicoses, alucinações que a psiquiatria explica. Ocorre que, esse zelo excessivo, tem levado a Igreja a cometer graves erros ao longo da história, tentando mesmo muitas vezes negar as evidencias e ir contra o próprio Evangelho que diz: “É pelos frutos que se conhece a árvore”. (Mt 12,23).
Assim é que a Igreja reteve durante muitos anos a informação do segredo revelado aos videntes de Fátima, dos quais a irmã Lúcia era detentora, já que era única ainda viva até o ano de 2005. Mas finalmente no ano 2000 o Papa João Paulo II finalmente autorizou sua divulgação completa “incluindo o terceiro segredo que foi alvo de tantas conjeturas e especulações”, conforme anota o professor e escritor José Hipólito de Moura Faria no seu opúsculo O Terceiro Segredo de Fátima - Interpretação da Mensagem Revelada (Correio Rainha da Paz, Curitiba-PR, 2000).


As revelações
se multiplicam

No prefácio ao II volume de Testemunhas da Cruz, Fernand Aleman, analisando a história e processo das revelações privadas, anota que o segundo segredo revelado pela Virgem Maria em Fátima, conhecido desde 1917 apenas pelas autoridades religiosas, predizia o perigo de uma segunda guerra mundial e alertava para as consequências causadas pelo comunismo, se os meios indicados para evitar isso não fossem colocados em prática. Ora, ele diz as aparições de Fátima só foram reconhecidas como verdadeiras em 1930 e o segundo segredo foi tornado público em 1961. 

Ou seja: “as disposições de Maria Santíssima ficaram letra morta”. Nos anos 30, ele continua o mundo sofreu as atrocidades da guerra civil espanhola, o desmoronamento de Wall Street em 1929 (o crack da bolsa de Nova York), e a crise econômica mundial que veio como consequência. “Tudo isso como pré-aviso do que poderia vir a acontecer como ocorrem em geral os pré-avisos que se pode ler na Bíblia.”
Na sequencia como sabemos a Segunda Guerra Mundial devasta o mundo e o comunismo continuou a obra da destruição até recentemente, quando, com a queda do Muro de Berlim (que dividia a Alemanha em duas - Oriental e Ocidental) ocorreu a derrocada do império soviético que ainda estertorou numa guerra das mais tenebrosas na Bósnia Herzegovina. De qualquer forma, como lembra Aleman, “os russos dispõem de armamentos-aqueles com que iam enfrentar o Ocidente, e que tem usado para se combaterem entre si”. Finalmente ele anota que é notável o fato das revelações privadas terem se multiplicado em toda a Europa justamente a partir da Segunda Guerra, em que o materialismo mostrou a plena medida de sua capacidade de destruição: Hiroshima e Nagasaki, e o extermínio de milhões de judeus - e não judeus, dos quais nunca se fala, levado a cabo pelo diabólico regime nazista instaurado por Hitler na Alemanha,

Igreja autoriza publicação
de revelações privadas

E mais, entre 1964 e 1965 o Concilio Vaticano II acentua o papel dos leigos a importância dos carismas na Igreja, isto é os dons de Deus-carismas de cura, de profecia, de oração, de apostolado, valorizando os leigos. Em 1966 o Papa Paulo VI suprime o Índex Proibitorum do Vaticano, Instituição que se incumbe de assinalar aos católicos as obras e autores permitidos pela Igreja em razão de fé ou moral cristã e por consequência as formalidades do famoso Imprimatur - Imprima-se. 

Em 1970, Paulo VI eleva duas mulheres à dignidade de doutoras da Igreja: Santa Tereza D’Ávila e Santa Catarina de Sena, autorizando naturalmente a publicação de seus escritos que na verdade tratava-se de revelações privadas. Fernand Aleman lembra que na sequencia da suspensão do Índex, as publicações de mensagens multiplicaram-se não apenas de modo extraordinário, mas seguindo a curva ascendente da legalização do aborto na maior parte dos países da Europa ocidental, crime já legalizado há muito tempo na Europa comunista.

É por isso que a partir de uma determinada geração, em todas as partes do mundo em todos os países, como em cada região da França homens e mulheres às vezes bem simples, recebem mensagens do céu. E todas elas, em todas as línguas dão os mesmos ensinamentos, os mesmos avisos, prescrevem as mesmas precauções. “É lógico e fácil de compreender”, diz Aleman, “por toda parte é o mesmo Jesus e a mesma Maria Santíssima que falam a mesma linguagem: a do Amor, o Amor Infinito que une o Pai, o Filho e o Espírito Santo num só Deus indivisível, o Amor que é a própria essência de Deus, é o amor materno e angustiado de Maria perante a degradação da humanidade que cada vez mais se afunda no abismo”. E a queda será dura. O próprio homem criou os flagelos que estão começando a açoitá-lo.

“E esses flagelos são aqueles descritos no Apocalipse que é um livro da fé católica, portanto universal e por isso obrigatória para quem se diz crente. E o fato dos ateus não acreditarem nele não muda nada o que tem que acontecer. O fato é que a humanidade não quer se converter ao Amor, que é a lei primordial, a base da nossa religião e a emanação da Vida Divina, como, aliás, de toda a vida na terra. Na mesma medida, o ódio é a força de morte, força de repulsão, de divisão. “O ódio satânico na sua íntegra, generaliza-se primeiro pelo egoísmo (e por consequência na indiferença para com os outros e para com Deus, essa tibieza que Jesus vomita) e depois cresce na avidez, no vício e no orgulho”. E este afinal, manifesta-se com toda a sua força nos chefes dos povos, que dispõem do dinheiro e das armas”.

 

 

Vazamento do
segredo de Fátima

É preciso lembrar, no entanto, que há alguns anos, houve o vazamento de parte do segredo de Fátima que ainda não tinha sido revelado e que foi tema de várias interpretações: uma guerra nuclear, terríveis doenças, catástrofes naturais, corrupção e desmoronamento da igreja católica, descontrole e depravação da humanidade, etc. “Como dizem as profecias de todos os quadrantes” diz Felipe Cocuzza no seu Previsões de Nossa Senhora de Fátima (Editora Mystic, Caixa Postal 157- Campinas - SP, 1999) “haverá envenenamento da terra, dos rios, dos mares, das plantas, o que, aliás, está começando a ocorrer. E ainda haveria uma guerra devastadora com armas letais, destruição de grandes cidades como Roma, Paris, Londres, Nova York, fomes, doenças crises econômicas, escassez de alimentos, morte de um ou dois terços da população mundial, sendo que a parte que escapar da morte, seguirá uma vida agrícola, simples, temente a Deus, enquanto ficarão sob os escombros máquinas, moedas, papéis, etc.”.
“Consta que o bispo de Leiria mandou o segredo ao papa em 1960, e em 1963 João XXIII entregou uma cópia a cada um dos líderes das três potencias: a Kennedy, Kruschev e ao governo inglês. O documento foi entregue ao papa em português, no original, idioma escolhido pela Providencia para dar o último aviso à humanidade, depois de ter mostrado, também nesta língua, a mais completa série de fenômenos místicos de toda a história”. Felippe acredita que o papa tenha mandado traduzir o documento, já que os líderes dessas nações não “tinham o privilégio de conhecer a língua em que Mãe de Jesus e o próprio Jesus havia se comunicado há 778 anos”. Aqui é preciso esclarecer que o Felipe Cocuzza considera as aparições de Fátima intimamente ligadas ao Brasil, já que o fundador de Portugal, dom Afonso Henriques, foi encarregado de ser o condutor de Cristo para o nosso país, não por acaso chamado de Terra de Santa Cruz e desde seus primórdios foi consagrado a Nossa Senhora. Na sequencia vou abordar o tema em detalhes. Acontece que houve um vazamento de informações e uma parte do segredo foi publicado em 15 de outubro de 1963 pelo jornal católico alemão Neues Europa de Stuttgart, assinado por um especialista em Fátima: L. Heinrich. O texto, que teria sido entregue ao jornal alemão por um clérigo do Vaticano, não foi desmentido.

 

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