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2016-02-11


Visita de Dom Bruno a Paróquia de São Paulo Apóstolo


Ana Lúcia Vasconcelos


Visita de Dom Bruno a Paróquia de São Paulo Apóstolo

 

 

O Relatório Final datado de dia 10 de maio de 2008 foi entregue ao arcebispo Dom Bruno e por ele estudado e finalmente discutido com os componentes das pastorais e movimentos de cada ministério durante toda a semana de 15 a 22 de junho. Assim no dia 15 de junho de 2008, segunda feira, ele avaliou a parte referente ao Ministério da Palavra na Igreja de São Paulo Apóstolo com a presença de Dom Mauro Souza Fernandes, OSB- (pároco), padre Fernando Garavaglia, CMF, da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, cônego Luiz Carlos da Fonseca Magalhães da Igreja de Cristo Rei e padre Paschoal Brasilino Canôas da Igreja Nossa Senhora de Lurdes que concelebraram com ele. Em geral já na homilia ele falava do que ia tratar na reunião daquela noite e em seguida abordava as leituras que foram: Leitura (1 Reis 21,1-16) ; Salmo 5 e Evangelho( Mateus, 5,38-42).

Ele iniciou falando que a leitura do texto de Nabot abala toda pessoa que tenha um sentido de justiça porque justamente o israelita, muito apegado as tradições herdadas de seus antepassados, disse não ao rei Acab e por causa disso vai sofrer as consequências de um testemunho falso da mulher deste Jesrael e afinal apedrejado e morto. Usando este texto Dom Bruno já fazendo um paralelo com o Evangelho lembra que Jesus veio justamente abolir a Lei de Hamurabi que preconizava “o olho por olho dente por dente”, ou seja, a violência se paga com violência, para outro conceito: “A quem te bater na face direita oferece a esquerda, a quem te tomar a túnica oferece também o manto, e finalmente a quem pedir que ande com ele mil metros anda dois mil.” E pergunta se as pessoas sabem como se faz para bater na face direita de alguém?Ainda que isso seja mais ou menos óbvio e esta palavra ser muito conhecida a gente não presta atenção no detalhe importante que ele explica. É preciso que a pessoa bata com as costas da mão, ou seja, o gesto além de violento demonstra sumo desprezo do agressor pelo agredido e por isso é ainda mais humilhante. È a este gesto que Jesus pede que ofereçamos a outra face.
Lembra da violência que temos dentro de nós e ele mesmo: quanta violência ele confessa sentir dentro dele e que todos precisamos superar, pagando o mal pelo bem. Registra que só não fazemos coisas tremendas que se veem na mídia todos os dias porque estamos com Cristo. Sem Deus talvez fizéssemos o que outros fazem. Diz então que o cristianismo vem quebrar esta corrente que não é digna do ser humano, Jesus Cristo veio restaurar a dignidade humana. O pecado entrou no mundo por inveja do demônio já que fomos criados a imagem e semelhança de Deus. “E o que Deus quer de nós? Ele não quer coisas materiais. Ele quer você”. Ele nos deu o livre arbítrio, a liberdade para fazermos o bem, por que se formos levados apenas por nossa vontade somos capazes de coisas tremendas como o ato praticado pelo rei Acab da leitura, como Jesrael. E Jesus Cristo vem nos pedir para superarmos isso, pede que não enfrentemos o malvado. E o perdão só é possível quando eu tenho Cristo dentro de mim: “Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”, Ele disse na cruz e Santo Estevão, o primeiro mártir também disse isso.
Precisamos, diz, de uma mudança radical já que temos apenas um verniz de cristianismo dentro de nós. O cristianismo é um desafio, um convite: todos nós fomos chamados a um processo de conversão continua. Cita o bispo santo de Jundiaí que dizia: “estamos longe de ser cristãos e salienta que este processo deve ir até o ultimo suspiro de vida. Ambas as leituras, ele conclui, são ao mesmo tempo maravilhosas porque mostram o profundo da alma humana e terríveis porque deslinda a violência. Mas oferece a salvação de Jesus Cristo que nos fez renascer, nos iluminou com uma vida nova. E como o salmista podemos dizer que ele atendeu o nosso gemido, ficou atento ao clamor da nossa prece. Os cristãos são chamados a ser sinal de amor no mundo. Daí ele diz, que a palavra fora muito adequada para esta noite em que vamos tratar do Ministério da Palavra. “Ela é um convite, um desafio para este caminho de conversão que somos chamados a percorrer.”
Após a Missa Dom Bruno se reuniu com os componentes dos diversos pastorais pertencentes ao Ministério da Palavra para avaliar este texto.

Ministério da Palavra

Foco: A Missão Evangelizadora de nossa Igreja e toda formação necessária para se viver e anunciar a Palavra de Deus.

Equipes Pastorais envolvidas: Catequese para Batismo, Eucaristia, Perseverança e Crisma; Iniciação de adultos; Contadoras de história; Preparação para Noivos; Pastoral Familiar; PASCOM; Orientação Vocacional; Ministério da Palavra, Eucaristia, Exéquias; Dízimo; Juventude; Limpeza, Manutenção e Obras; Saúde.


Anuncio da Palavra de Deus
Questões e respostas


1. Está sendo bem proclamada?


• Existe esforço para que a palavra de Deus seja bem proclamada.

• Há um esforço para que a Missa seja uma verdadeira experiência de Encontro com Jesus. No início de todas as Missas há o “Bom Dia”, feito na entrada do templo, o acolhimento às pessoas que participam pela primeira vez e o refrão meditativo, cantado, para que as pessoas se concentrem no Mistério que vai ser celebrado. A Equipe de Liturgia tem escolhido leitores que têm mais facilidade de comunicação e trabalhado para que os textos mais longos sejam divididos em partes, lidos por várias pessoas, para que a escuta não seja tão cansativa.

• Sim. Os Ministros da Palavra estão sendo preparados para a proclamação da Palavra de Deus. São eles os leitores nas Celebrações. Temos aparelhagem de som com qualidade; recentemente adquirida e instalada.

• Podemos perceber que, embora a maioria dos membros da paróquia tenha uma avaliação satisfatória sobre o preparo do “anúncio da Palavra”, (56%) o percentual dos que consideram este item carente de formação é significativo e precisa de atenção (41%).

• Existe o cuidado e a valorização da Palavra anunciada, sendo necessário a atenção das pessoas para ouvi-la.

• De forma simples e objetiva com direcionamento e ensino do Pároco.

• A forma como se divulga os avisos precisa ser melhorada porque não está conseguindo atingir e envolver a comunidade. Batismo: a maioria não freqüenta as missas, isto dificulta. Curso de 2 horas não é suficiente. Mães vêm com os filhos. As homilias são nosso ponto alto.

• Necessidade de formação de leitores.

• Sim, as decisões são participativas e democráticas.

2. Há algum tipo de preparação e formação para as homilias e reflexões?

• Verifica-se que a formação/preparação é oferecida pela paróquia, mas, para que esta atinja seus objetivos faz-se necessária a motivação dos Ministros em dedicar-se ao seu desenvolvimento e crescimento no tema.

• O pároco procura adaptar a mensagem do Evangelho a cada tipo de assembléia: usa linguagem simples, ligando Fé e Vida, trazendo os acontecimentos do cotidiano das pessoas para reflexão e meditação. Há uma missa especial para crianças, na qual os gestos, músicas, peças infantis buscam traduzir a mensagem do Evangelho na linguagem da criança, com objetivos bem definidos: iniciação à oração e vida comunitária, educação de valores, treinamento da disciplina e limites.

• Os Ministros da Palavra estão sendo preparados para a proclamação da Palavra de Deus. Os Padres trabalham o tema.

• Reuniões de liturgia mensal, toda primeira quarta feira de cada mês. Os ministros e o povo em geral são convidados, porém nem todos os ministros e leitores participam.

• Cada um se prepara de maneira particular e individual. Foram citados alguns subsídios utilizados na preparação: Bíblia, Revista Vida Pastoral, Missal, Meios de Comunicação-Radio, TV século XXI e Canção Nova, oração pessoal.

• Não para as homilias que são preparadas individualmente, quanto às reflexões, cada grupo se prepara de acordo com suas necessidades.


3. O anúncio da Palavra de Deus tem provocado mudanças e transformações na vida pessoal, familiar, comunitária e social?


• Existe um equilíbrio ente as pessoas que acreditam acontecer esta transformação pelo anúncio da palavra e os que julgam acontecer pouca transformação. Observa-se então que o objetivo da Igreja, de transformação a partir da Palavra, não vem sendo totalmente alcançado e carece de atenção.

• Temos visto mudanças primeiramente nos agentes pastorais, refletindo também nos fiéis que participam da Paróquia.

• Notamos muita receptividade por parte da assembléia, atenção e interesse. Como critério de medida, podemos dizer que a comunidade tem respondido com generosidade a todos os apelos feitos na linha da solidariedade e participação em projetos. A transformação pessoal leva também à transformação familiar, comunitária e social.

• Pessoal, familiar e social, sim, comunitário caminhando para uma melhora.

• Está em mudança e acreditamos que está contribuindo e agindo na comunidade; ainda é um desafio a ser vencido. Destacado a falta de um Projeto Político inserido na Palavra de Deus.

• Tanto na catequese como na pastoral do Batismo, sentimos o retorno de pais e padrinhos.

• Sim. As crianças da catequese progridem e trazem informações sobre atuação delas na família. Crianças aprendem e habituam a meditar sobre a Palavra de Deus. No Batismo as pessoas mais velhas agradecem e dizem que foi dito o que os pais precisam ouvir.

• É possível perceber um aumento da espiritualidade das pessoas, interesse e participação maior nas atividades promovidas. A nível comunitário ainda existe resistência para uma transformação no que se refere aos assuntos paroquiais. Quanto aos assuntos sociais o interesse é menor.

Formação Cristã Permanente

1. Existe na Paróquia o incentivo à Leitura Orante da Bíblia ou a prática de Círculos Bíblicos?


• O incentivo à leitura da Bíblia tem se concretizado no uso da Bíblia pelos catequizandos da eucaristia, pela Oficina de Oração e Vida e pela tentativa de formar grupos de reflexão e ação, no bairro e nos condomínios. Eventualmente, a necessidade para o estudo Bíblico é levantada pelo pároco e outros agentes da comunidade. As salas novas construídas pela paróquia têm como objetivo organizar cursos, seminários e encontros de formação permanente sobre teologia, bíblia, liturgia, etc.

• Existe sempre a recomendação para as pessoas lerem a Bíblia, mas não um incentivo. Entenda-se aqui como “incentivo” a promoção de espaço para esse fim. É importante existir alguém capacitado para orientar a leitura da Bíblia, para evitar a interpretação errada da mensagem de Deus. Apenas uma comunidade manifestou existir a prática de Círculos Bíblicos, mas que atualmente está se resumindo apenas a uma ou duas vezes ao ano. Ex. Campanha da Fraternidade / Mês da Bíblia. Outra informa que no ano passado fizeram uma experiência que foi válida e que pretendem repetir este ano.

• Incentivo existe, mas não temos especificamente uma prática organizada e sistemática para a leitura da Bíblia.

• Por meio do ECC, Grupo de Oração (Renovação Carismática) e Grupo de Oração e partilha na linha inaciana.

• Por meio dos grupos de quarteirões, um pequeno grupo faz reflexões às terças feiras, estudo da palavra, leituras bíblicas e novenas com reflexão.

• Por meio do retorno dos diversos grupos de oração.

• Percebe-se que a Paróquia está carente de grupos de estudo da Palavra.


2- Quais outros grupos de vivência que temos?

• Pequenas comunidades (casas) que recebem N.Sra.Lourdes peregrina e que no mês de outubro o Pároco celebra a Santa Missa nessas casas, segundas e quintas-feiras; Missas diárias de terça a sexta; Casais do Terço, Projeto Missionário de Visita às Famílias para acolher os pais cujos filhos estão na catequese, visita para rezar o terço em família e abençoar as residências, Oficina de Oração, visita da Capelinha da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schöenstatt, Novena de Natal; Legião de Maria; Grupos de Oração; Grupos do Terço; Hora Santa; Via Sacra; Escuta Cristã; Terceira Idade; Terço dos homens; Grupo de quarteirão; Apostolado da Oração; Grupo de Mães e Artesanato; Encontros Marianos; Visitação aos Enfermos e Pastoral Familiar.

• Algumas paróquias não possuem grupos de vivência ou não responderam.


Avaliação e propostas
de Dom Bruno


Dom Bruno iniciou dizendo que recebera o relatório elaborado pela Comissão da Forania, trabalho muito importante da Visita Pastoral que teve a supervisão da Coordenadoria Pastoral: do coordenador da pastoral – Pe João Luiz Fávero da paróquia Santa Cruz; dos dois vigários gerais - Monsenhor José Antônio Moraes Busch e Monsenhor Fernando de Godoy Moreira; dois vigários regionais - Cônego Pedro Carlos Cipolini e Pe Carlos Roberto Massato de Moraes e os oito vigários forâneos e conta que já iniciara em 2007 a visita a várias paróquias de duas Foranias de Valinhos e Vinhedo, Elias Fausto, Souzas e estava agora prosseguindo na visita a este primeiro bloco da Forania Nossa Senhora do Rosário e na sequência a todas as outras paróquias da Arquidiocese. Para ele a importância desta visita não se limitava à visita do bispo, mas a presença dos padres e dos leigos envolvidos no Ministério da Palavra. E quis saber quantas pessoas de cada comunidade deste primeiro Bloco da Forania Nossa Senhora do Rosário estavam presentes e ainda: quem estava naquela igreja pela primeira vez. E muitas pessoas se pronunciaram. “Eu sempre pergunto isso e sempre há pessoas que estão naquela determinada igreja pela primeira vez. Vejam então a importância do entrosamento dos agentes das diversas paróquias e desta visita pastoral.
Na sequência começou a analisar item por item do relatório. “A missão evangelizadora é tão importante para se viver e anunciar a Palavra de Deus que a Igreja no Brasil passou a partir do documento do Papa Paulo VI Evangelii Nuntiandi, mudou de Diretrizes Gerais da Ação Pastoral para Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora, já que pastoral se refere mais ao clero enquanto a palavra ação é muito mais ampla envolvendo um trabalho de anuncio e de vivencia do Evangelho. A obra de evangelização é dada a todo o cristão pelo batismo,ele diz, mas é pelo anuncio da palavra que vem a fé, daí ser tão importante à obra da evangelização.”Lembra um canto antigo que fala sobre este chamado: “ Pelo batismo recebi uma missão/Vou trabalhar pelo reino do Senhor/Vou anunciar o Evangelho para todos/Vou ser profeta, sacerdote, rei, pastor. ” Quer dizer anunciar o Evangelho, ele diz, não é coisa de padre, de freira mas é para todos os cristãos batizados.”
Chama a atenção para as leituras do dia e diz que “se pegarmos aquilo lá e aprofundarmos olha a riqueza”. “A palavra de Deus é o grande tesouro do qual tiramos coisas novas e velhas”. Na sequência imediata dá os parabéns ao leitor que segundo ele proclamou com voz tranquila e sem nenhuma tinta emocional e teve a atenção de todos. Para enfatizar a importância de uma leitura bem proclamada cita um exemplo bem humorado como sempre. Aliás, é bom esclarecer para quem não conhece o nosso arcebispo que ele sempre no meio das homilias ou reuniões quebra o gelo com estórias engraçadas, cantos que fazem a delicia das platéias. E aqui também ele conta para ilustrar o a questão do som nas igrejas que voltando do Congresso Eucarístico de Vitória juntamente com outros bispos estavam no segundo banco do avião e o serviço de som não estava bom de modo que a fala da comissária de bordo ficou entrecortada. E ela não percebeu que as pessoas ouviram suas palavras, mas não entenderam quase nada. E daí que um bispo muito engraçado que estava com ele disse que às vezes o som do verdureiro é melhor que o som de algumas igrejas.
Daí que o som das igrejas ele lembra, não deve ser agressivo, deve ser gostoso o que às vezes é difícil de acontecer em igrejas grandes especialmente, mas isso deve ser cuidado com muito carinho assim como a escolha dos ministros da palavra que devem ser bem preparados como, aliás, ele viu que está ocorrendo como consta do relatório. Para a proclamação da palavra ele diz que anotou coisas como: se a palavra é bem proclamada, as pessoas têm prazer em ouvir. “Interessante que eu conheço quando a palavra é bem proclamada. Já quando ela não é a gente vê o grupo de canto escolhendo a musica, as pessoas conversando e até o padre distraído. Santo Agostinho dizia que a mesma atenção que se dá a Eucaristia deve ser dada á Palavra.”
Falando agora de outro item chama a atenção para o termo curso de batismo. Acredita que a palavra adequada para os sacramentos seja preparação já que curso envolve uma metodologia, uma sistematização de conhecimentos, uma preparação constante. Assim para a teologia e outras disciplinas pode-se usar curso. Já passando para a Pastoral Familiar ele cita o exemplo de um padre que estava desesperado porque tinha 200 casais na sua paróquia e não sabia o que fazer. Ele sugeriu que ele começasse a preparar visitas às casas, que fizesse reuniões, ou seja, que chamasse as pessoas. “Jesus perdia tempo com seus discípulos para depois enviá-los. Assim os padres: tem que preparar seus agentes para enviá-los.”
Quanto à homilia Dom Bruno diz que só bispos, padres e diáconos podem fazer- eles partem o pão da palavra. Já os ministros da palavra fazem uma reflexão da palavra de Deus. Conta que certa vez foi visitar uma comunidade e ouviu a reflexão feita por um ministro. Ficou escondido num canto para não inibi-lo e gostou muitíssimo. Dai ressalta a necessidade da motivação dos ministros para esta tarefa. Agora mudando imediatamente para as Exéquias ele ressalta a importância desta cerimônia. “Quantas pessoas não saem convertidas de uma celebração de exéquias?” Ou seja, a palavra de Deus deve ser anunciada e os ministros da palavra devem ser preparados pelos padres.
Dom Bruno na sequência se concentra na terceira pergunta do relatório: O anúncio da Palavra de Deus tem provocado mudanças e transformações na vida pessoal, familiar, comunitária e social refletindo sobre a palavra Fé que vem do latim fides, que significa fidelidade. A fé, ele diz, vem do que foi ouvido, a fé que nos converte, que muda o nosso coração. Conta que ouviu um testemunho muito bonito de um agente de pastoral sobre crianças que se habituam a ouvir a palavra de Deus. E na sequência fala da necessidade de se ter nas paróquias ciclos bíblicos, pratica de leitura orientada da Bíblia e aqui lembra que seria interessante um folheto que explicasse os quatro passos da leitura da Bíblia que os beneditinos sabem fazer muito bem e olha para Dom Mauro (que é monge beneditino) e que é a Lectio Divina. 
Isso porque ele explica a letra é morta, mas quando começamos a ler o Espírito dá vida-então temos a leitura orante, é a contemplação que ilumina nossas vidas. Daí a urgente necessidade de se promover leituras bíblicas, oficinas de oração, ciclos bíblicos, escolas da fé, catequese, etc. Na verdade ele diz que hoje o grande desafio é a Pastoral Urbana já que a leitura orante ela abre para o encontro com Deus e as pessoas se sentem melhoradas. E quanto às grandes datas litúrgicas?Quaresma, Natal, quando os grupos se reúnem para rezar juntos? A Pastoral Orgânica nos propõe Grupos de Quarteirão e isso ele viu que já é praticado nas diversas paróquias da Forania, mas sente que pelas respostas há uma carência de estudos bíblicos, as pessoas precisam e querem isso.Assim como os grupos de quarteirão suscitam uma integração maior da comunidade, ou a vida mesmo da comunidade eles devem ser incentivados.
“Jesus Cristo quando fundou a igreja não disse: olha venham quando vocês precisarem de alguma coisa. Não, ele fundou a Igreja-que é uma comunidade daqueles que creem e repartem a vida. Hoje por causa deste modo de vida moderna as pessoas daqui a pouco vão querer se confessar pela internet. Uma senhora outro dia veio toda eufórica me dizer que recebeu a hóstia pelo correio, ou seja, os evangélicos estão fazendo da igreja um supermercado e daí que as pessoas pensam que fé é isso.” Na verdade ele admite que o individualismo que rege hoje a sociedade leva a isso quando na verdade se falta a alma a um corpo por mais bonito que ele seja é um defunto. E a alma da igreja é o Espírito Santo e neste sentido a leitura orante da Bíblia é o ponto alto deste anuncio. Lembra que a venda de cem mil Bíblias que faz parte do Monumento da Fé nestas comemorações do centenário da Arquidiocese tem este objetivo- que as pessoas se reúnam para ler e rezar.
Ressalta, portanto a necessidade de uma catequese continuada, uma ação continuada na Igreja que começa na família, continua na comunidade e enfim ele pergunta se há uma escola da fé nas paróquias? E sugere que se faça das mais diversas maneiras: cursos em módulos que podem ser semanais, mensais, semestrais, uma semana de estudos. “Seria legal uma leitura do Catecismo da Igreja Católica e tem pedido aos padres que comprem para que as pessoas possam se reunir para estudar”.
Sobre outro ponto importante que é apontado no relatório: a necessidade de grupos de jovens nas paróquias e esta é uma providencia que ele considera muito importante. “A preparação da Crisma é um tempo muito bom e deste grupo podem sair jovens que vão formar esses grupos. Aliás, ele diz acreditar que muitos dos que estão ali ouvindo, ou seja, os agentes de pastorais do Ministério da Palavra das cinco paróquias do Primeiro Bloco da Forania Nossa Senhora do Rosário tenham saído desses grupos. E finalmente ele aborda o tema tão complicado e ainda não resolvido que é a inserção da Igreja nas escolas. “A igreja ainda não conseguiu conquistar esses jovens e há estatísticas que provam isso. Há escolas mais receptivas dependendo dos professores serem católicos, mas precisamos fazer alguma coisa. E isso tem que ser visto o que eles querem? O que gostariam? Aulas de religião? Sim poderia ser, mas do Brasil o Estado de São Paulo é o único onde este ensino não é obrigatório. “No entanto, se houver professores interessados seria bom que as paróquias pudessem responder a esse desafio.”
Conta que foi convidado recentemente a ir ao Colégio Estadual Culto a Ciência para falar com os jovens. Perguntados com quem gostariam de conversar e eles estavam livres para escolher pessoas representativas das mais diversas áreas eles escolheram o bispo. “Eu vou lá e quem sabe começamos os modernos areópagos. O papa João Paulo II sempre foi muito ligado aos jovens e falava muito da ação da Igreja nas escolas. Enfim é importante que continuemos avançando, levando a palavra de Deus e o Espírito Santo vai nos mover.”
Na sequência dom Mauro foi fazer a passagem da vela símbolo da visita pastoral ao padre Fernando da paróquia Nossa Senhora do Rosário que seria a próxima igreja visitada e Dom Mauro convidou todos os presentes para um lanche no salão paroquial para uma confraternização.